O Folclore - Foto: Gois Turismo

Sua histria inicia-se no ano de 1592. Vagas notcias falam que Sebastio Marinho levou para o Rio de Janeiro cristais de Gois; acredita-se que eram de Cristalina. Por volta do sculo XVIII no auge da expanso da minerao pelo interior da Capitania de Gois que na poca pertencia ao estado de So Paulo, as bandeiras vindos da capital paulista chegaram em uma grande serra onde encontraram imensa quantidade de cristais de rocha de todos os tipos e tamanhos espalhados pelo cho. Devido a grande quantidade do minrio deram regio o nome de Serra dos Cristais. Porm naquela poca o intuito principal das bandeiras era encontrar ouro, no dando importncia ao cristal encontrado na regio. 372yk

Durante muito tempo a regio da Serra dos Cristais ficou esquecida. S no ano de 1879, dois ses, Etienne Lepesqueur e Lon Laboissire, vindos da cidade vizinha de Rio Bom, hoje Paracatu, onde comercializavam ouro, enviaram amostras de cristais para Paris na Frana, onde foram vendidas por bom preo. Devido a sua pureza e qualidade, os cristais foram transformados em instrumentos de tica e em belssimas peas de artesanato e tendo ido enfeitar as casas da burguesia sa, trazendo a promessa de grandes lucros.

Em 1880, a dupla de ses fixou residncia na Serra dos Cristais, dando-lhe o nome de So Sebastio da Serra dos Cristais, no local conhecido como Serra Velha, em busca do rico mineral, iniciando assim a explorao do garimpo na regio. Como no era difcil extra-lo, a notcia se espalhou e para a regio se dirigiram garimpeiros de todas as partes do Brasil, sendo o minrio transportado em lombo de burros at a cidade de Paracatu e dali para o porto do Rio de Janeiro, de onde eram exportado para a Europa e distribudos nos grandes centros de lapidao como Idar-Oberstein, na Alemanha, Verona, na Itlia, Anturpia, na Blgica, e nas indstrias de aparelhos ticos da Frana e da Alemanha.

Etienne Lepesqueur e Lon Laboissire, satisfeitos com o alto lucro alcanado na comercializao de cristais, retornam em 1882 cidade de Paracatu. Os garimpeiros, sem os dois ses para comprar o cristal, debandaram. Ficaram poucas pessoas que sobreviviam com enormes privaes. Algum tempo depois chegou outro francs, Emile Levy, trazendo bugigangas e fazendas (tecidos) que, trocadas por cristais, trouxeram novo flego aos poucos garimpeiros que restaram. Levy construiu a primeira casa em 1883, localizada na margem esquerda do Crrego Almocafre, fixando sua residncia. A partir de 1884, a ideia de riqueza fcil encantava, haja vista que o cristal era apanhado com fartura na superfcie do solo. Com a repercusso dessa notcia, fixaram-se na regio pessoas das mais variadas localidades, vindo a contribuir para o desenvolvimento da localidade.

Como nessa poca todos tinham altssimos lucros com a comercializao do cristal, o produto perdera seu valor, tamanha era a facilidade de consegui-lo. Com a divulgao dessa situao, muitos bandidos e criminosos se dirigiram para a localidade, praticando todos os tipos de crimes. Para tentar devolver a tranquilidade regio, em 1901, Marciano Aguiar, Nicolau Batista de Oliveira, Plcido de Paiva e outros foram at a cidade de Gois, que na poca era capital do estado, pedir ao governo estadual que elevasse o Arraial de So Sebastio da Serra dos Cristais a categoria de distrito de Santa Luzia de Gois, hoje Luzinia, o que de fato aconteceu pela Lei Estadual n 15, de 12 de outubro de 1901, com o novo distrito ando a se chamar So Sebastio dos Cristais. Plcido de Paiva ocupou o posto de juiz distrital, Nicolau Batista de Oliveira, o de subdelegado de polcia, e Marciano Aguiar exercendo a funo de escrivo dos dois cargos.

As autoridades constitudas pediam insistentemente apoio policial ao estado, porm nunca eram atendidos. Os moradores, bastante inconformados com essa situao, resolveram fazer justia com as prprias mos, transformando o novo distrito no recanto mais pacato do mundo. Em 15 de janeiro de 1917, Marciano Aguiar, Nicolau Batista de Oliveira, Jovino de Paiva, Joo Jos Taveira, Gustavo Edinger e outros conseguiram a elevao do distrito categoria de vila, anexada ao municpio de Santa Luzia (hoje Luzinia), e em julho do mesmo ano, pela Lei Estadual n 533, a vila foi elevada a municpio autnomo, desmembrando-se de Santa Luzia. Em 16 de julho de 1917, foi oficialmente instalado o municpio de So Sebastio dos Cristais, com um grande nmero de pessoas vindas da cidade de Paracatu. Em 31 de maro de 1918, pela Lei Estadual n 577, o nome So Sebastio dos Cristais foi mudado para Cristalina, sendo este ltimo conservado at hoje.

Fonte: Ascom Prefeitura Cristalina e Wikipdia