Rio do Fogo - Foto:Tao Paradise CSales

Inicialmente, trs famlias partiram da regio de Jardim do Serid-RN, fugindo da seca (1877, 1878 e 1879) em busca da sobrevivncia, seguiram os vale dos rios em direo ao litoral (estes eram os antigos caminhos das tribos tapuias, que em semelhantes perodos de estiagem, rivalizavam com os potiguares na disputa pelo territrio) e chegaram as terras conhecidas hoje como Rio do Fogo. 2x6s3t

A rotina da maioria dos habitantes naquele perodo era trabalhar na agricultura pela manh, plantando macaxeira, milho e melancia, e pecar a tarde nas proximidades do farol novo. Usavam como iscas para atrarem os peixes, cabeas de lagostas amassadas, que espalhavam na gua formando o que chamavam de 'engodo'. As caudas eram jogadas fora, 'ningum comia aquilo', afirmou o Sr. Manoel, aos 74 anos, filho dos primeiros povoadores.

Ainda segundo o Sr. Manoel, algumas noites os povoadores iam pescar, mas contava a mo e a av do mesmo, que tinham visto gente em procisso com velas na mo andando sobre a gua da lagoa. Outros, diziam terem visto um barco no meio da gua, cheio de luzes com gente trabalhando. O fato acabou por batizar a lagoa de Lagoa do Fogo, consequentemente o Rio Roxo que dali corria em direo ao mar, ou a chamar-se Rio do Fogo, futuro nome do municpio.

Em 1955, quando adoecia uma pessoa, era preciso transport-la em lombo de burro at Touros, distante 10km, e esperar um carro que fosse para Natal. Esse era o mesmo trajeto percorrido pela produo pesqueira e agrcola. Os peixes eram salgados e secos, transportados em lombo de animal e seguiam para Touros, Cear-Mirim e Natal. O sal vinha nos paquetes provenientes de Macau e custavam um tosto o paquete.

Em 1960, no Governo Dinarte Mariz, chegou a estrada e com ela a especulao. O primeiro a chegar foi um americano conhecido como Morgan, que trazia consigo o acionista cearense 'Z da Lagosta', que a partir de 1961 comeou a comercializ-la de Rio do Fogo para Fortaleza-CE. Em 1962, no governo de Lavoisier Maia, chegou a energia, dando um grande impulso na pesca artesanal, pela possibilidade de estocagem do produto a espera do comprador.

Ainda na dcada de 60, um projeto do governador Dinarte Mariz, chegou ao municpio 180 japoneses, aos quais foram entregues lotes no atual distrito de Puna, para a produo de jerimum, melancia, milho, tomate e melo, tendo apenas o primeiro produto enraizado na cultura agrcola local. Nas dcadas de 1970 e 1980, o desenvolvimento do municpio esteve atrelado aos principais programas dos governos que introduziram atividades como a produo de banana, coco e caju, com fins comerciais, e a minerao de diatomito.

Na dcada de 1990, com o declinio da produo pesqueira e a instalao de um 'SPA' em Rio do Fogo e um hotel em Barra de Puna, o turismo comeou a aparecer como alternativa econmica para o municpio, estando o mesmo integrando projetos com o PRODETUR/RN (Programa de Desenvolvimento do Turismo) e o Costa das Dunas do BNB (Banco do Nordeste do Brasil).

Fonte: Secult Gov