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Indio da Reserva Patax� - Foto: Walqu�ria Henriques |
As iniciativas de etnoturismo e de ecoturismo em terras indgenas so disciplinadas pela Instruo Normativa N 3 da Funai. De acordo com a fundao, as comunidades indgenas tm autonomia para explorar projetos de turismo em seus territrios. 3n492o
As datas comemorativas so uma tima inspirao para a definio de roteiros de viagem. O Dia do ndio, comemorado nesta quinta-feira, 19 de abril, por exemplo, chama a ateno para projetos que utilizam o turismo como meio de resgate da cultura indgena, preservao do meio ambiente e gerao de renda para as comunidades, prtica cada vez mais comum no pas.
Em todas as regies, h comunidades abertas visitao. o caso daReserva Indgena Patax da Jaqueirasituada a apenas 12 km do centro de Porto Seguro (BA). So duas opes de roteiro: visitas com durao de 3 horas ou vivncias com pernoites na aldeia. Os preos variam de R$ 75 a R$ 475 reais, incluindo degustao ou refeies, segundo a agncia que organiza os pacotes em parceria com os indgenas. Entre as atividades programadas esto: caminhada pela Mata Atlntica, demonstrao de tipos de armadilhas usadas para captura de pequenos animais; arremesso de arco e flecha; ritual de confraternizao com msica e dana; e finalmente a degustao de peixe assado na folha de patioba. Nos eios com pernoites so includos banhos de rio, oficinas de artesanato e luau.
Tambm perto do mar, aTerra Indgena Guarani do Ribeiro Silveira, localizada na praia de Boraceia, em So Sebastio (SP), a cerca de 200 km de So Paulo, outra opo de lazer associada cultura. Ali vivem cerca de 550 ndios da etnia Guarani Mbya que mantm viva suas tradies por meio de manifestaes culturais como a msica, a dana, o artesanato e a agricultura de subsistncia. “Temos vrias opes de trilhas para cachoeira, apresentao de canto e dana, venda de artesanatos, pintura corporal, palestras e comida tpica”, conta o cacique Adolfo Timotio, responsvel pelo agendamento de visitas. Em comemorao ao Dia do ndio, a Prefeitura de So Sebastio realiza na aldeia, em abril, o Festival da Cultural Indgena do Rio Silveiras.
No sul do Brasil, ndios Guarani do Paran e Santa Catarina, reunidos no projetoRede Solidria Papygu, trabalham em projeto de turismo atualmente com cinco roteiros disponveis. Cada aldeia cria a sua programao para colocar o turista em contato com os costumes locais. No entanto, so comuns a realizao de palestras de acolhimento, caminhadas na mata, jogos e brincadeiras tradicionais, refeies com a tpica comida Guarani, e, em alguns casos at pescaria. Alm de vivenciar o dia a dia da comunidade o turista pode levar para casa peas de artesanato Guarani e, em algumas aldeias, leos essenciais produzidos com plantas da regio.
No Acre, uma imerso na floresta a proposta dos ndios Yawanawsdarea indgena Rio Gregrio, onde vivem cerca de mil ndios em sete aldeias. As vivncias, realizadas em pequenos grupos, so “oportunidade de conhecer a cultura Yawanaw de forma mais ntima e profunda”. Pintura corporal, banhos de ervas e argila, roda de defumao, caminhada at a Samama, a maior rvore da Amaznia; cerimnias deUni (Ayahuasca) fazem parte do roteiro oferecido ao visitante. Anualmente, em outubro, a aldeia Nova Esperana palco do Festival Yawa, onde so relembradas danas, cantos, comidas tradicionais e rituais da comunidade. O pacote para os cinco dias de festa que inclui, transporte a partir do Rio Gregrio, hospedagem e alimentao custa R$ 4,5 mil, segundo o cacique Bira Jr.
As iniciativas de etnoturismo e de ecoturismo em terras indgenas so disciplinadas pela Instruo Normativa N 3 da Funai. De acordo com a fundao, as comunidades indgenas tm autonomia para explorar projetos de turismo em seus territrios, cabendo ao poder pblico o papel de monitorar e fiscalizar as atividades nas aldeias. As visitaes so agendadas com os prprios representantes das comunidades ou agncias de turismo autorizadas por eles.
Mtur